No último dia 25 de outubro, acredito ter registrado o que Béla Buki e col. descreveram nesse artigo (Journal of Vestibular Research 24 (2014) 415-423.): Horizontal canal short arm canalolithiasis.
Um paciente com vertigem postural do sexo masculino de 67 anos apresentava em 20 de setembro, nistagmo horizontal geotrópico bi-direcional.
No roll test o nistagmo era mais intenso com o giro da cabeça para o lado esquerdo e ele foi diagnosticado com canalitíase do canal lateral esquerdo.
No mesmo dia eu realizei a manobra de Gufoni para canalitíase do canal lateral esquerdo.
Com apenas uma manobra, o roll test ficou negativo.
O paciente retornou sete dias depois assintomático, e o roll test estava negativo.
Vinte e dois dias depois, no dia 19 de outubro, o paciente voltou a apresentar o quadro de canalitíase do canal lateral esquerdo. Nesse dia, realizei algumas manobras do roll test e marquei nova sessão de reposicionamento para o dia 25 de outubro.
No dia 25 de outubro o paciente retornou sentindo-se bem melhor, mas reclamando de uma leve tonteira ao virar somente para o lado esquerdo da cama.
O roll test (vídeo abaixo) mostrava que:
No giro para a direita não aparecia nistagmo e o paciente não sentia-se tonto.
No giro para a esquerda, o paciente sentia-se um pouco tonto e registrei um nistagmo horizontal de média intensidade na direção do ouvido acima (apogeotrópico).
Béla Buki e col. no artigo, chamam esse nistagmo atípico do canal lateral, de “horizontal canal short arm canalolithiasis”. Hipoteticamente quando eu girei a cabeça do paciente para o lado
esquerdo, os debris no braço curto do canal lateral, caem diretamente na cúpula (figura embaixo a esquerda) o que gera um estímulo utriculofugal e com isso um nistagmo horizontal apogeotrópico. Com o giro da cabeça para o lado direito, os debris voltam para o utrículo e não há estímulo na ampola do canal.
Acredito que com a repetição do roll test no dia 19 de outubro tenha ocorrido o reposicionamento para o utrículo.